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Avassalam(-me). As saudades avassalam-me e, de repente, sinto uma vontade desenfreada de escrever. Podem faltar-me as palavras a qualquer momento, na próxima linha ou na próxima palavra, mas agora preciso de responder ao impulso, explodir em palavras e sensações. Porque as saudades me avassalam e dizem-me que as tenho que extravasar escrevendo. Não a ele, que nunca lerá o que escrevo aqui e agora. A mim, sim; a ele, não. Principalmente, porque não quero que saiba. Não quero, sequer, que desconfie que alguma vez escrevi páginas e páginas sobre ele, sobre o sorriso dele ou sobre a boa disposição que o caracteriza e sobre o que tudo isso provocou em mim. Silenciosamente, é certo, mas de forma completamente inesperada e arrebatadora.
Não posso esquecer o dia em que algo se abriu. Aquele dia em que o reencontrei com aquele sorriso que não via fazia, então, quase um ano. Secretamente, questionei-me sobre o que tinha falhado nas nossas vidas para que não nos tivéssemos cruzado no mesmo trilho. Essa questão momentânea viria a tornar-se gradualmente mais e mais pertinente nas tardes e nos sorrisos que partilhámos. Aqui, agora, faço(-me) a pergunta, pela milésima primeira vez, o que falhou nas nossas vidas para que não nos tivéssemos cruzado no mesmo trilho?
A razão diz-me que agora é tarde e diz ao coração que não vale a pena bater assim. Por outro lado, ele, o coração, sabe que quer bater assim só por mais uns instantes. Talvez valha a pena ficar mais um dia...