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Depois da grande experiência do acampamento nacional, senti que o meu futuro era muito incerto, receei muitas vezes não poder voltar a fardar-me, a colocar o lenço azul sobre peito e ir, de sorriso no rosto e brilho no olhar, para as atividades semanais. Tais receios nunca se realizaram, porque, afinal, temos sempre tempo para as coisas importantes.
O ano passou rápido demais, mas durou o tempo necessário para, mais uma vez, me moldar, aproximando-me da minha essência e de tudo o que quero ser. Dele tiro as experiências novas, que não teria de outra forma, os ensinamentos sobre o escutismo, sobre os outros e sobre a vida; as gargalhadas ao redor da fogueira; os abraços sinceros dos mais pequenos, que me mostraram que nós, “os grandes”, também precisamos de colo e que, pela inexistência de gigantes, eles podem ser o nosso porto seguro quando a tempestade se torna mais agreste; os abraços sinceros “dos grandes”, dos que me ensinaram que o melhor que cada um de nós pode ser é ser-se ele mesmo e que se isso significar “ser parolo” não há problema nenhum nisso, porque nenhuma pessoa é tão louca que não possa encontrar outro louco que a acompanhe; a sensação de dever cumprido; a sensação do dever não cumprido e a vontade de querer melhorar agora, porque nunca vamos tarde, quando o fazemos com o coração; o cansaço físico que passa para segundo plano quando atingimos o objetivo, dando lugar a uma sensação inexplicável de realização; as amizades; as cantorias. E tudo o que não tem nome, tudo o que não encontra palavras para ser descrito, tudo o que sabe bem e faz muito bem.